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domingo, 6 de setembro de 2015

TOXICOLOGIA - SIGNIFICADO - Principais manifestações clínicas em intoxicações


A palavra "Toxikon" tem origem grega e significa veneno das flechas (usado na caça desde a antiguidade). As pontas das flechas eram preparadas com material bacterialmente contaminado, por exemplo, pedaços de cadáveres ou venenos vegetais, com o intuito de acelerar a morte dos animais, levando a paralisia do músculo cardíaco e da musculatura esquelética. 

A toxicologia é uma ciência multidisciplinar que tem como objeto de estudo as alterações das funções fisiológicas, isto é, os efeitos nocivos causados por substâncias químicas sobre organismos vivos.


Toxicidade é a característica que uma molécula química ou composta tem de produzir uma doença, uma vez que alcança um ponto suscetível dentro ou na superfície do corpo. Pode variar de acordo com cada caso, apresentando-se na forma aguda ou crônica e local ou sistêmica.

Subáreas
 
A toxicologia busca o conhecimento das manifestações produzidas pelos venenos no organismo e tudo que se relaciona aos mesmos. Por suas variadas áreas de interesse é uma ciência multidisciplinar, pois é integrada por várias ciências.

·         Química toxicológica: estrutura química e identificação dos tóxicos.
·         Toxicologia farmacológica: efeitos biológicos e mecanismos de ação.
·         Toxicologia clínica: sintomatologia, diagnóstica e terapêutica.
·         Toxicologia ocupacional: prevenção e higiene do trabalho.
·         Toxicologia forense: implicações de ordem legal e social.
·         Epidemiologia das intoxicações.
·         Toxicologia ambiental.

·         Toxicologia dos alimentos.

·         Medicamentos
·         Tipo mais frequente de intoxicação em todo o mundo, inclusive no Brasil. Ocorre frequentemente em crianças e em tentativas de suicídio.
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·         Domissanitários
·         Produtos de composição e toxicidade variada, responsável por muitos envenenamentos. Alguns são produzidos ilegalmente por “fábricas de fundo de quintal”, e comercializados de “porta em porta. Geralmente tem maior concentração, causando envenenamentos com maior frequência e de maior gravidade que os fabricados legalmente.
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·         Inseticidas de uso doméstico
·         São pouco tóxicos quando usados de forma adequada. Podem causar alergias e envenenamento, principalmente em pessoas sensíveis. A desinsetização em ambientes domiciliares, comerciais e hospitalares por pessoas ou empresas não capacitadas pode provocar envenenamento nos aplicadores, moradores, animais domésticos, trabalhadores e principalmente em pessoas internadas, ao se utilizarem produtos tóxicos nestes ambientes.
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·         Pesticidas agrícolas
·         São as principais causas de registro de óbitos no Brasil, principalmente pelo uso inadequado e nas tentativas de suicídio.
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·         Raticidas
·         No Brasil, só estão autorizados os raticidas à base de anticoagulantes cumarínicos. São grânulos ou iscas, pouco tóxicos e mais eficazes que os clandestinos, porque matam o rato e eliminam as colônias. A utilização de produtos altamente tóxicos, proibidos para o uso doméstico tem provocado envenenamentos graves e óbitos.
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·         Animais peçonhentos
·         Constitui o grupo de maior número de casos registrados em locais ou estados com extensa área rural, onde a ocorrência de acidentes por animais é grande. 


Diagnóstico laboratorial

Os exames laboratoriais são importantes no atendimento a um paciente intoxicado. Os principais objetivos são afastar ou confirmar uma intoxicação, avaliar o grau de agressão que o agente tóxico está causando no organismo e auxiliar na avaliação do tratamento. Eles fornecem importantes subsídios para um diagnóstico e acompanhamento mais seguros destes pacientes. Vale ressaltar que nem sempre estes exames são imprescindíveis para o diagnóstico e/ou tomada de decisão.

1. Análises Clínicas
a) Gerais: hemograma, glicemia, eletrólitos, uréia, creatinina, bilirrubinas, CPK, aminotransferases, hemogasometria arterial, sumário de urina.
b) Específicas: tempo de protrombina, tempo de coagulação, ferro sérico.

2. Análises Toxicológicas
Análise do agente químico propriamente dito e/ou de seus produtos de bio transformação. A existência de um Centro de Referência em Toxicologia com recursos laboratoriais dá um suporte melhor ao atendimento de pacientes intoxicados. As solicitações de exames de triagem (screening) toxicológicos não devem ser feitas de forma indiscriminada, pois tem um alto custo e pouco valor prático. É importante que o médico indique a sua suspeita diagnóstica, dose ingerida, tempo decorrido entre a exposição e o atendimento, sinais e sintomas, uso de antídotos ou outros medicamentos. Nos casos mais complexos, é importante que haja um contato direto com o analista, para que se possa concluir qual a amostra que melhor represente a biodisponibilidade, a eliminação ou o efeito do toxicante no organismo, a técnica a ser utilizada e quais análises a serem realizadas permitindo a obtenção de resultados com maior agilidade. Nas intoxicações agudas, o sangue (soro e plasma) e a urina são as amostras mais usadas. O líquido de lavagem gástrica, vômitos, restos de alimentos e medicamentos encontrados junto ao paciente também são importantes. A urina é empregada como amostra de escolha tanto para o controle da dopagem quanto para o da dependência a drogas.

Principais manifestações clínicas em intoxicações


·         Taquicardia: atropina, anfetamina, corante, antidepressivos tricíclicos;
·         Bradicardia: digitálicos, beta-bloqueadores, espirradeira, barbitúricos;
·         Hipertermia: anfetaminas, atropina e AAS;
·         Hipotermia: barbitúricos, sedativos e insulina;
·         Hiperventilação: salicilatos e teofilina;
·         Depressão respiratória: morfina, barbitúricos, antidepressivos e sedativos, álcool;
·         Hipertensão: anfetaminas e fenciclidina;
·         Hipotensão: barbitúricos antidepressivos, sais de ferro e teofilina;
·         Rubor da pele: atropina, plantas tóxicas;
·         Midríase: atropina e anfetaminas;
·         Miose: orgnofosforados e carbamatos, pilocarpina, fenotiazínicos;
·         Hemorragia oral: anticoagulantes, sais de ferro, acidentes ofídicos;
·         Delírios e alucinações: anfetaminas, atropina, salicilatos, plantas, álcool, cocaína, maconha;
·         Distúrbios Visuais: metanol, ofídismo;
·         Convulsão: organoclorados, anti-histamínicos, estricnina, cianetos, anfetaminas, nicotina.


É importante que o médico indique a sua suspeita diagnóstica, dose ingerida, tempo decorrido entre a exposição e o atendimento, sinais e sintomas, uso de antídotos ou outros medicamentos. 

Nos casos mais complexos, é importante que haja um contato direto com o analista, para que se possa concluir qual a amostra que melhor represente a biodisponibilidade, a eliminação ou o efeito do toxicante no organismo, a técnica a ser utilizada e quais análises a serem realizadas permitindo a obtenção de resultados com maior agilidade. 

Nas intoxicações agudas, o sangue (soro e plasma) e a urina são as amostras mais usadas. O líquido de lavagem gástrica, vômitos, restos de alimentos e medicamentos encontrados junto ao paciente também são importantes. A urina é empregada como amostra de escolha tanto para o controle da dopagem quanto para o da dependência a drogas.



Referências
http://www.biomedicinabrasil.com/ MUNHOZ, A.J. Apostila de riscos de toxicidade e de explosividade.
Centro de Informações Antiveneno.
 Apostila de toxicologia básica. Salvador, 2009.


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